domingo, 15 de março de 2009

DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL NA CRIANÇA

A escola desenvolve sim papel muito importante no desenvolvimento da psicomotricidade infantil. Além de lhe passar conhecimentos e cultura, deve sim contribuir de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal, através das suas múltiplas disciplinas, incentivando a prática do movimento em todas as etapas da vida da criança.
A escola, por meio de sua diretoria, equipe pedagógica e professores, incentivar a prática de atividades que permitam às crianças, além de se divertir, criar, interpretar e se relacionar com o mundo em que vivem. Uma das formas mais amplas e ricas são os jogos e as brincadeiras, que devem ocupar um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil.
A questão é importante porque nos primeiros anos de vida estudantil a criança busca meios (experiências) em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. Ao ter essa consciência estimulada, a criança compreenderá e terá consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço.
Uma das disciplinas mais preponderantes neste sentido, do desenvolvimento da psicomotricidade, é a da educação física, que além de transmitir conteúdos, pode, através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o corpo, a mente, o espírito, a natureza e a sociedade. Desenvolver a consciência corporal é uma forma de desenvolver a afetividade e a personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente.
Através de jogos e brincadeiras o professor pode sim estimular a relação entre a criança e ela própria e dela com o meio onde vive, pois os jogos estimulam o espírito de equipe, o entendimento e a sintonia entre as pessoas, além do raciocínio e da capacidade de resolução dos problemas.
Isso tudo porque o movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. Assim, é sempre necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento. Isso só será possível através de jogos, de atividades lúdicas, para que se conscientize sobre seu corpo.
Ainda na escola a criança deve ter tempo livre para a recreação, para que desenvolva suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Na recreação entendemos ser preciso sim estimular o desenvolvimento do controle mental da expressão motora da criança, através de atividades que respeitem a maturação biológica de cada um. Isso porque a recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo.
Estimular o desenvolvimento da sua organização e estruturação espaço temporal é uma forma de se prevenir problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo.
Isso tudo só reforça o fato de que a educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
Por fim, deve-se priorizar atividades físicas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade, tudo isso visando à formação da sua personalidade.
Dentre as muitas opções, temos atividades como engatinhar, rolar, balançar, dar cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios ao ar livre).

NATUREZA E SOCIEDADE

O relacionamento da sociedade com a natureza não deve ser analizado isoladamente, deve se levar em conta que uma está contida na outra.
A sociedade é, ao mesmo tempo, sujeito e objeto na medida em que destrói e reconstrói.
O relacionamento entre sociedade e natureza é estreito e intenso, e a população precisa entender que já passou o tempo em que sociedade e natureza eram vistas separadamente como se nada interferisse. Entender que o Meio Ambiente não é a floresta que fica no Amazonas ou o Pantanal em Mato Grosso, não é o Oceano Atlântico nem só o deserto do Saara, o Meio Ambiente é sim, o lugar onde vive!
Pensando assim, nós educadores, como formadores de opinião, temos a grande responsabilidade de procurar desenvolver nas crianças de hoje a consciência de que ela faz parte da natureza, está incerida no ambienta, faz parte de um eco sistema e pode influir nele, tanto positivamente como negativamente.
Devemos dar continuidade a um processo de mudança ( processo, que penso ainda ser tímido diante da situação do planeta.) pois ainda hoje encontramos comunidades que pensam na sociedade estando num patamar a cima da natureza, infelizmente.
O trabalho na escola não deve ser restrito às crianças, mas abranger a família e a comunidade na qual está inserida. Devemos sempre ter como ponto de partida as experiências que cada criança trás consigo, seu mundo, seu espaço, sua realidade, sua história, seu conhecimento. Nunca deixando de pensar que tudo isso pode ser ampliado e modificado!
A criança trás consigo valores advindos de sua família que por sua vez interioriza valores de grupos que lhes são próximos. É através das relações sociais que a criança se percebe como pessoa, como componente ativo do ambiente em que vive.
(...) a vivência em comunidades (igrejas, escolas, famíias etc.) abre a possibilidade de aprender a gostar de si próprio e do outro, a viver juntos, a respeitar as diferentes formas de vida existentes no planeta Terra, entre outros. (...) (MOURA, Fundamentos e Metodologias do Ensino da Natureza e Sociedade – UNOPAR – Módulo IV, 2007, p.62).
O trabalho com este eixo temático deve despertar na criança a curiosidade a respeito do mundo a sua volta, percebendo-o não apenas como mundo redondo, mas como um mundo na qual ela faz parte e constrói.
O ambiente que vivemos nos proporciona várias possibilidades de exploração, cabe ao professor apresentá-las. A realidade concreta deve ser valorizada para a criança ter contato com o mundo e entender melhor seu lugar na história e no espaço, reconhecendo, assim a natureza como provedora de bens para sua existência.

A contribuição da Teoria de Jean Piaget para Educação

Jean Piaget construiu uma Teoria Pedagógica fundada no estudo da evolução do pensamento até a adolescência, procurou entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Investigou o processo de construção do conhecimento.
A partir de todo este conhecimento, revolucionou a maneira de pensar com relação às crianças. Até então a teoria pedagógica tradicional afirmava que as crianças eram “caixas vazias” esperando que os adultos depositassem conhecimento. Com a Teoria de Jean Piaget as crianças passam a construir seu mundo de acordo com o que lhes é oferecido, criando e testando suas teorias.
Jean Piaget ofereceu uma teoria interacionista em contraposição à teoria comportamentalista que existia na época.
Com base na teoria de Piaget a educação deve oferecer à criança a descoberta e a construção do conhecimento através de atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilíbrios sempre respeitando sua maturação. Jean Piaget, dividiu o desenvolvimento da criança em etapas que devem ser respeitadas para um trabalho mais eficiente do ponto de vista pedagógico.
Nesta teoria o professor assume um papel de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais e faz a mediação da construção do conhecimento.
Jean Piaget não propõe um método de ensino, mas elabora uma teoria do conhecimento, os resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos. Suas pesquisas têm várias interpretações que se concretizam em propostas didáticas diferentes.
Com a teoria de Piaget a educação tomou um novo rumo, onde os objetivos pedagógicos devem estar centrados no aluno, a aprendizagem é entendida como um processo construido internamente e os conflitos são vistos como algo importante para o desenvolvimento da aprendizagem.

Nossa visão sobre avaliação

Primeiramente quando falamos em erro logo vem em mente que o indivíduo não correspondeu aos padrões exigidos. Para existir o erro deve-se partir que existe um padrão previamente estabelecido, a idéia do erro é muito ampla e vaga, pois sabemos que cada indivíduo carrega consigo uma carga de conhecimentos adquiridos fora da escola.
Antigamente os professores entendiam o erro como uma incompreensão por determinados conteúdos e a partir disso, castigos e punições eram dadas para deixar claro o lugar do aluno, o de simples aprendiz, distante do processo, apenas um detalhe no complexo processo de aprendizagem.
Com o tempo, a educação passou por várias modificações e um trabalho intenso foi feito para que esta óptica fosse revista e a idéia do erro fosse encarada de maneira natural, integrante do processo de aprendizagem e realmente necessário para uma aprendizagem concreta. Infelizmente, não podemos dizer que a educação está completamente mudada, mas estamos evoluíndo para isso. O erro deve ser encarado como um instrumento no processo, um meio para detectar as dificuldades.
Na avaliação, o castigo e o erro estão vinculados. Infelizmente, a avaliação ainda não foi encarada como um instrumento a apontar como está o andamento do processo de aprendizagem, sem que exista uma cobrança para atingir padrões pré estabelecidos. Ainda é um caminho doloroso e pesado para o educando, onde deve atingir os padrões e a punição acontece como determinação de quem não obteve bom desempenho.
Na verdade, devemos ter em mente que do erro faz-se uma ponte pela busca do conhecimento, se houve erro é porque o acerto foi buscado.
Aos professores, cabe elaborar novas práticas buscando sanar possíveis dificuldades encontradas a partir do erro e, aos poucos, tentar modificar o processo de avaliação pré estabelecido. Fazer do erro, um “Erro Construtivo”, intervir, quando necessário para que o educando não se perca no processo de construção e apropriação do saber. O erro deve servir como auxiliar e deve levar o educando a refletir e facilitar novas problematizações que o conduzirão a criação de novas hipóteses entre seus conhecimentos e os novos adquiridos.